sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ONU DECLARA 2014 ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR

Matéria super bacana sobre novas perspectivas para o desenvolvimento da agricultura de pequeno porte.



ONU declara 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar

PUBLICADO . EM MEIO AMBIENTE RURAL
Investimentos em agricultura familiar ainda são desproporcionais, se comparados aos recursos recebidos pelo agronegócio
Por Any Cometti do Seculo Diário
São Paulo – Ainda em 2012 a agricultura familiar foi eleita pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) como o tema para o ano de 2014. A atividade, que caminha lado a lado com a preservação e o respeito ao meio ambiente, produz mais de 70% dos alimentos consumidos pela população e já é prioridade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), órgão que está à frente da campanha pelo ano dedicado à modalidade.
Segundo o site da FAO, o objetivo do Ano Internacional da Agricultura Familiar é reposicionar o setor no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado da produção de alimentos.
Também pretende-se que o foco da atenção mundial esteja na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.
Ainda segundo a FAO, a agricultura familiar e de pequena escala estão intimamente vinculadas à segurança alimentar mundial; preservam os alimentos tradicionais e contribuem para uma alimentação balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais; além de representar uma oportunidade para impulsionar as economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.
A FAO elege, nacionalmente, uma série de fatores fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como as condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; e disponibilidade de educação especializada.
A agricultura camponesa também foi apontada, em setembro deste ano, como uma das principais atividades geradoras de novas fontes de trabalho no resumo executivo do relatório “Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe”.
No Brasil, chega a 77% o percentual de empregos proporcionados por tal atividade agrícola. A agricultura familiar emprega muito mais pessoas do que o agronegócio, além de manter a saúde de seus trabalhadores, por não fazer uso de agrotóxicos; e de contribuir para a preservação ambiental sem deixar de produzir alimentos, já que opta por cultivos variados e métodos naturais para a manutenção da produção.
Merenda com produtos da agricultura familiar movimenta R$ 360 milhões
Mesmo assim, os camponeses sentem falta de políticas de incentivo ao setor, o que é justamente o oposto do que se encontra no agronegócio. Apesar de a atividade ser focada nas exportações e ter como prioridade o lucro, e não a qualidade alimentar da população, os incentivos governamentais são muito maiores.
João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), apontou que, apesar das conquistas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera); e o Programa Terra Forte, resultados da luta dos movimentos sociais do campo, os investimentos em agricultura familiar ainda são desproporcionais se comparados aos do agronegócio. Segundo o militante, o Plano Safra 2013/2014 da Agricultura Familiar representa pouco mais de 20% do que é destinado ao agronegócio.
Entidades como o MST e o MPA criticam os investimentos federais feitos em programas destinados ao campo que somente beneficiam grandes propriedades destinadas à exportação e que, logicamente, fazem uso contínuo de agrotóxicos, visando o lucro, em vez de a qualidade alimentar. Para os militantes, é claro saber de que lado – da agricultura familiar ou do agronegócio – o governo está.

A NOVIDADE VEM DE LONDRES

Li duas matérias bem bacanas vindas de Londres.
A primeira, que reproduzo aqui, é sobre o efeito que as “magrelas” estão tendo na cidade. O volume de bicicletas é tão grande atualmente que já estão pensando em um projeto para construção de uma ciclovia aérea, passando por cima de outras rodovias da cidade. Uma iniciativa com custo previsto bem menor do que o que se gastaria para construção de uma rodovia para carros por exemplo. Ideia muito legal que poderíamos também adotar. Enquanto que aqui no Rio o incentivo ainda é para o uso turístico das magrelas, como o projeto Bike Rio que privilegia a orla e Zona sul do Rio, região turística, em Londres a intenção é melhorar o deslocamento das pessoas por toda a cidade.

"Britânicos planejam Skycycle, uma ciclovia suspensa

Vanessa Barbosa

A falta de espaço nas grandes cidades para construção de vias exclusivas de bicicletas é uma das desculpas mais comuns dadas pelos governantes para justificar a letargia na promoção desse meio de transporte sustentável. Mas um grupo de arquitetos britânicos desenvolveu um projeto que promete mandar para escanteio esse discurso.


Sem carros, sem ônibus, longe de congestionamentos e de todo e qualquer estresse que envolve os deslocamentos diários nos grandes centros urbanos. Garantir tudo isso é a sina do Skycycle, uma via elevada que se assemelha à linha expressa paulistana de ônibus "Fura Fila" - exceto por ser exclusiva para adeptos das magrelas.

Nós escrevemos sobre o Skycycle pela primeira vez em 2012, mas agora os designers por trás do plano - os estúdios Arquitetura Exterior, Foster + Partners, e Sintaxe Espacial - divulgaram novos detalhes.

A rede Skycycle seguiria os serviços ferroviários existentes na cidade e ofereceria mais de 220 quilômetros de vias segregadas seguras, fáceis de serem acessadas em mais de 200 pontos de entrada. Segundo os arquitetos, quase seis milhões de pessoas vivem na área de influência da rede proposta, metade das quais vivem e trabalham a cerca de 10 minutos a pé de cada entrada. Cada rota seria capaz de acomodar até 12 mil ciclistas por hora, melhorando o tempo de viagem em até 29 minutos. 

O sistema de transporte de Londres já está em sua capacidade máxima e enfrenta o desafio de expandir para dar conta do ritmo de crescimento populacional, que será da ordem de 10% na próxima década. A prefeitura da cidade se comprometeu a investir no transporte, e o atendimento às necessidades dos pedestres e ciclistas faz parte do plano.

"Não obstante os benefícios ambientais e de saúde proporcionados pelo ciclismo, a bicicleta é uma forma de uso mais eficiente do espaço limitado de Londres", dizem os arquitetos na página oficial do projeto. "A abordagem Skycycle é revolucionária, e tem aplicações potenciais em cidades ao redor do mundo", complementam.

Durante a última década, o ciclismo cresceu 70 por cento em Londres. No entanto, a bicicleta é o meio usado em apenas 2% de todas as viagens, mas é responsável por 20 por cento das mortes e acidentes graves nas estradas. Com o Skycycle, é possível reforçar um fator chave para estimular o ciclismo, a segurança.

Os primeiros estudos para implantação do sistema indicam que o Skycycle teria um custo muito menor do que a construção de novas estradas e túneis para o transporte rodoviário, de acordo com os estúdios. Além disso, segundo os arquitetos, a via suspensa ajudaria a valorizar áreas de pouco apelo imobiliário, proporcionando oportunidades de desenvolvimento para empresas ao longo do percurso.

A equipe de arquitetos diz que vai continuar a desenvolver os cenários potenciais. O projeto já foi apresentado para o GLA , TfL e Network Rail, empresa que administra o metrô londrino, bem como para desenvolvedores e especailistas no assunto."
Uma outra matéria que li hoje também foi sobre o paredão verde da estação Victoria, onde se inicia a rota turística até o Palácio Real. Diversas espécies de plantas foram plantadas na lateral do prédio com a intenção de permanecerem por todo o ano. Além de frescor também deixa mais bonita a cidade. Uma solução bastante viável para muitos paredões que temos aqui na cidade. Plantando as espécies certas, diminui-se o custo com manutenção além de se garantir que as plantas fiquem verdes e vivas durante o ano todo. Para ambientes rodeados de concretos, essa solução ajudaria muito na manutenção de um clima menos quente.

"Viu a mega parede viva que brotou em Londres?

Vanessa Barbosa


A tradiconal rota turística da estação Victoria até aresidência Real, o Palácio de Buckingham, ganhou uma lufada de ar fresco e uma paisagem tão exuberante e acolhedora quanto incomum para uma cidade cinzenta como Londres. Há poucos dias, uma mega parede viva brotou na fachada de um hotel da região, o Rubens at the Palace.

A parede é a maior já construída na cidade e atinge mais de 21 metros de altura. Ela é composta por mais de 20 espécies de plantas sazonais, incluindo açafrão, morangos, lavanda e gerânios de inverno. Toda seleção visa garantir que a parede "floresça" durante o ano todo.

Carinhosamente apelidada de "Os pulmões verdes de Victoria", o jardim vertical apresenta benefícios ambientais significativos. Além de dar um toque verde e vibrante para a cidade, ele ajuda a melhorar a qualidade do ar para aqueles que trabalham e passam pela área e, de quebra, atrai um pouco da fauna perdida dos centros urbanos, como abelhas, borboletas e pássaros.

De acordo com o designer responsável, Gary Grant, da Green Roof Consultancy, a estrutura também pode contribuir para reduzir o risco de inundações, hoje um desafio para a região, devido à baixa absorção das superfícies urbanas. A ideia é que a estrutura cresça e evolua como um organismo vivo, adquirindo, assim, um formato mais tridimensional.

Hidropônica, a parede é cuidadosamente monitorizada para assegurar que cada parte receba a quantidade certa de água."

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

UM NOVO TEMPO

Ano Novo começando e não quero deixar poeira por aqui não. Tenho sentido que cada vez mais o tema sustentabilidade tem sido falado e muitas coisas andam acontecendo a todo momento em diversos lugares que está até difícil selecionar algumas poucas coisas aqui. 

Para começar 2014 uma promessa que se renova, tentar fazer a minha parte. Eu tenho minha responsabilidade diante do meu bairro, do meu trabalho, da minha cidade, do meu país e consequentemente do mundo. Eu posso fazer o que me cabe como ser humano habitante temporário desse nosso planeta.

Atitudes sustentáveis fazem toda a diferença e influenciam comportamentos, eu acredito nisso. Tanto acredito que vivi recentemente uma experiência bem bacana sobre isso. Minha família é gaúcha e como todo bom gaúcho a alimentação básica é carne. Desde que virei vegetariana, meus familiares mais próximos passam um dobrado comigo quando os vou visitar. Não que precise, pois já expliquei que como de tudo, menos carne. Acho bastante especial a forma como se preocupam em preparar algo que possam agradar e nessa onda "vegê" eles acabam adotando, pelo menos naquele momento, um hábito novo e experimentando um modo novo de se alimentar. Antes do Natal, passei o final de semana na casa de uns tios e primos. No sábado, tanto no almoço como no jantar, a variedade de salada crua e cozida foi bem grande, assim como arroz e feijão, sempre presentes na mesa brasileira. Até champignon tinha! E eu nunca os vi comer os tais cogumelos. No dia seguinte, almoçamos em um restaurante e a maioria pediu frango ou omelete no seu prato. Para minha surpresa, meu tio comentou que graças a mim eles praticamente não tinham comido carne no final de semana e que ele não estava sentindo falta. Na hora fiquei surpresa com o comentário e perguntei como ele estava se sentindo. A resposta foi que estava se sentindo com o estômago mais leve, mais disposto e não tinha sentindo falta. Ele ainda completou que tinha que me agradecer pois eles estavam aprendendo a comer outras coisas e a ter uma alimentação melhor, por minha causa. Aquilo valeu meu final de semana, aliás, valeu muito como uma grande experiência. Não que eles irão abolir a carne do cardápio, mas agora eles podem experimentar novos sabores além de diminuir a quantidade de carne e ter uma alimentação melhor.

Por isso que digo que nossas atitudes podem se tornar referências. Quem tem filho pequeno em casa bem sabe disso, mas quem não tem, pode também ser uma referência na família, entre os amigos ou no trabalho. O Poeta já dizia que "gentileza gera gentileza" e eu tomo a liberdade de completar que comportamentos sustentáveis podem gerar comportamentos sustentáveis.